A presidente Dilma Rousseff
aproveitou nesta quarta a cerimônia de posse dos novos membros da
Comissão da Verdade para dizer que a Lei de Acesso à Informação, que
entrou em vigor hoje no País inteiro, vai funcionar como um 'inibidor
eficiente de todos os maus usos do dinheiro público'. Dilma já perdeu
sete ministros por conta de denúncias de corrupção.
'A Lei de
Acesso à Informação garante o direito da população a conhecer os atos de
governo e de Estado por meio das melhores tecnologias de informação',
discursou a presidente. 'A transparência a partir de agora obrigatória,
também por lei, funciona como o inibidor eficiente de todos os maus usos
do dinheiro público, e também, de todas as violações dos direitos
humanos.'
Comemorada pelo governo, a Lei de Acesso à Informação é
criticada por especialistas, que lamentam a falta de um órgão
independente para monitorar a sua implantação no País - no âmbito do
Executivo federal, esse papel caberá à Controladoria-Geral da União
(CGU).
Apenas nesta quarta, durante a cerimônia que contou com a
presença dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney,
Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, Dilma assinou decreto que
regulamenta a Lei de Acesso à Informação, o que fez com que a legislação
entrasse em vigor com dúvidas no ar. Até o início da noite, o decreto
ainda não havia sido disponibilizado pela Casa Civil.
'Fiscalização,
controle e avaliação são a base de uma ação pública ética e honesta.
Esta é a razão pela qual temos o dever de construir instituições
eficientes e providas de instrumentos que as tornem protegidas das
imperfeições humanas', afirmou a presidente.
Sancionada em
novembro passado junto com a Comissão da Verdade, a Lei de Acesso à
Informação fixa que 'qualquer interessado poderá apresentar pedido de
acesso a informações aos órgãos e entidades', sendo vedadas 'quaisquer
exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de
informações de interesse público'.
A legislação atinge os Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, além do Ministério Público, nas
esferas municipal, estadual e federal.
Determina ainda a criação
de serviço de informações ao cidadão (SIC) em cada órgão com o intuito
de atender o público e dar informações sobre a tramitação de documentos -
o SIC do Planalto funcionou nesta quarta, atendendo solicitações de
informação aos ministérios da Casa Civil, Comunicação Social, Secretaria
de Relações Institucionais, Secretaria-Geral da Presidência, Gabinete
de Segurança Institucional e da vice-presidência da República.
Apesar
do discurso pró-transparência, a própria presidente omite de sua agenda
oficial encontros e até viagens feitas durante o expediente.
No
início do ano, o jornal O Estado de S. Paulo publicou um levantamento de
transparência nos 38 ministérios do governo Dilma Rousseff. Quatro
pastas não responderam: Cidades, Esporte, Igualdade Racial e Portos. O
Ministério da Integração Nacional mandou as informações fora do prazo
acertado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão
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