O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira o investimento de R$ 505 milhões no tratamento de câncer no país.
Nos próximos cinco anos, o governo deve priorizar
a compra de 32 novos equipamentos de radioterapia e a modernização de
outros 48 equipamentos, com a mesma finalidade, que já funcionam no
país.
Segundo o ministro da pasta, Alexandre Padilha,
os Estados do Norte e Nordeste serão priorizados no recebimento da
tecnologia, além do interior do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que segundo
Padilha, são os menos equipados atualmente.
A medida pretende reduzir o deslocamento dos pacientes em tratamento e aumentar o acesso da população.
Parte da verba liberada pelo ministério também
será destinada ao desenvolvimento da droga Mesilato de Imatinibe, usada
no tratamento de leucemia crônica.
“Vamos reforçar as parcerias entre dois
laboratórios públicos e cinco privados. Em dois anos estaremos
produzindo o medicamento no país e em quatro anos a oferta será
sustentável”, afirmou o ministro.
De acordo com o ministro, a medida segue a linha
do que já é feito com as medicações usadas no tratamento de HIV. Metade
das drogas para combater a doença, oferecidas de graça pelo governo, são
produzidas em solo nacional.
“Assim teremos mais acesso aos medicamentos de ponta e ficaremos imunes à oscilação cambial”, destacou Padilha.
Dados do ministério indicam que a balança
comercial no campo da saúde no país é sempre deficitária. Hoje, esse
resultado negativo chega a alcançar USD 10 bilhões, devido ao grande
volume de remédios e equipamentos que precisam ser importados.
A demanda da saúde no país representa 9% do PIB e
concentra de 30% a 35% de todo o esforço brasileiro em inovação
tecnológica, além de mais de 10% da força de trabalho no nível superior.
PREFERÊNCIA
O ministro da saúde também destacou a que parte
dos entraves hoje no tratamento do câncer estão relacionados as
desigualdades no acesso ao tratamento e a falta de médicos em diversas
regiões.
Mesmo diante deste problema, o ministro negou que
pretenda flexibilizar o “Revalida”, exame nacional de revalidação de
diplomas médicos para profissionais graduados no exterior.
“Há muito rumor [sobre o assunto]. As pessoas têm
que ter tranquilidade, porque a premissa do governo está em garantir a
qualidade do médico e na supervisão do trabalho dele”, disse.
Para Padilha, o governo já está tomando parte das
providências para garantir que os médicos possam atuar nas regiões mais
carentes do país. Por meio do aumento de 10% na nota dos residentes que
quiserem concluir os estudos no interior, descontos no Fies, e o
financiamento de bolsas para residência em especialidades fundamenteis,
como oncologia e radioterapia. Informações do Estadão.
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