Por Ana Flor (REUTERS)
Descontente com o ritmo do andamento das obras federais, a presidente
Dilma Rousseff estuda devolver a gestão do PAC à Casa Civil, revertendo
mudança do início de sua gestão, quando o comando do carro-chefe da
infraestrutura do governo foi transferido para o Ministério do
Planejamento, relataram à Reuters duas fontes próximas da presidente.
A
presidente tem avaliado, segundo as fontes, que o Planejamento não está
conseguindo controlar o trabalho dos ministérios que tocam as obras. A
avaliação também é de que não faltam recursos, mas dificuldade de
executar a fatia do Orçamento destinada à infraestrutura.
Conforme
uma das fontes, que falou sob condição de anonimato, Dilma, apesar de
confiar no trabalho da titular do Planejamento, Miriam Belchior,
acredita que poderá ter mais controle sobre a execução das obras se o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) voltar ao Planalto.
A
presidente foi a responsável pelo programa quando comandava a Casa
Civil. A transferência para o Planejamento fez parte de um plano de
esvaziar o perfil técnico da Casa Civil e deixar o então ministro
Antonio Palocci mais livre para comandar a articulação política.
Há cerca de um ano, com Gleisi Hoffmann no cargo, a Casa Civil recuperou pelo menos parte do perfil gerenciador do governo.
Na
semana passada, em reunião com ministros, a presidente insistiu no
exemplo da queda na venda de caminhões no país como reflexo da
paralisação de grandes obras.
Os principais ministérios envolvidos são o da Cidades -que toca o Minha Casa, Minha Vida-, Transportes e Integração.
Outros
integrantes do governo atribuem às mudanças na pasta dos Transportes,
ocorridas no ano passado, e a trocas gerenciais o ritmo mais lento e o
trancamento de projetos pelo país.
A presidente, ainda segundo
fontes do governo, atribui à falta de celeridade nas obras o fraco
desempenho do setor industrial, essencial para que o governo consiga
estimular investimentos privados que ajudarão no crescimento do país.
O
governo estuda medidas que ajudem a reverter o fraco desempenho da
economia no primeiro trimestre do ano. Entre elas, a ampliação do
crédito e o aumento da preferência por produtos nacionais nas compras
governamentais.
Segundo as fontes, a mudança pode ocorrer no segundo semestre, dependendo da melhoria ou piora no desempenho.
Um
dos nomes que a presidente gostaria de levar para a Casa Civil para
auxiliar na gestão é o do secretário-executivo do Ministério da
Previdência, Carlos Eduardo Gabbas, segundo uma das fontes.
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