Manter
os mais de 30 frigoríficos da Bahia funcionando e evitar as demissões
de centenas de trabalhadores são os principais objetivos das ações que o
governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura (Seagri) está
realizando junto ao governo federal. Atendendo à solicitação do setor da
carne, o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo
Eduardo Salles, reuniu-se na tarde da última quarta-feira (18) com o
superintendente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) Nilo Meira; diretor
geral da Agência Baiana de Defesa Agropecuária (Adab), Paulo Emílio
Torres; presidente do Sindicato da Carne (Sincar), Júlio Melo de Farias,
e proprietários dos frigoríficos para discutir soluções para os
problemas provocados pela longa estiagem. Participaram também os
deputados Luiz Augusto e Mário Negromonte Júnior, respectivamente
presidente e membro da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa
da Bahia.
Por
causa da seca, os frigoríficos estão com a capacidade de abate ociosa,
uma vez que parte dos rebanhos está sendo levada para outros estados,
para evitar que morram, ou não apresentam no momento perfil para o
abate. Na Bahia, os frigoríficos, que geram cerca de 16 mil empregos
diretos, são, na maioria, individualizados, ou seja, pertencem a
diferentes empresários, que com a queda de produção estão enfrentando
graves problemas. “Com a falta de boi, nossa capacidade de abate está 60% ociosa”,
disse Júlio César Farias, presidente do Sincar. Ele explicou que o
setor sofre também prejuízos causados pela concorrência desleal de
frigoríficos de outros estados.
Uma
das soluções que a Seagri e o BNB estão discutindo é a prorrogação das
dívidas a vencer em 2012, como foi feito com relação ao setor
agropecuário dos municípios que decretaram estado de emergência. O
Conseagri pleiteou essa medida para os agropecuaristas do Nordeste e
Minas Gerais junto aos ministérios da Agricultura, da Fazenda e do
Desenvolvimento Agrário, conseguindo a prorrogação. Agora, o secretário
reivindica ao Mapa que as agroindústrias recebam o mesmo tratamento.
Nesse
sentido, Salles conversou, por telefone, com o secretário nacional de
Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura (Mapa), Caio Rocha,
reivindicando a prorrogação das parcelas a vencer para depois das
últimas parcelas do financiamento. Como presidente do Conseagri, o
secretário encaminhará ofício ao ministro da Agricultura, Mendes
Ribeiro, oficializando a solicitação, depois de discutir e obter a
aprovação dos secretários de Agricultura dos estados do Nordeste.
O
Sincar entregou ofício ao secretário solicitando o agendamento de
audiência com o secretário da Fazenda, para tratar de assuntos da área
fiscal que podem também ajudar a minimizar os problemas do setor.
Solução customizada
Explicando
que o pacote específico em função da estiagem, que permitiu a
prorrogação das dívidas vencidas e a vencer dos agricultores, não
alcançou os outros elos das cadeias produtivas, o superintendente do
BNB, Nilo Meira, afirmou que “estamos dispostos ao diálogo para equalizar as dívidas”.
Ele disse que vai buscar soluções customizadas, analisando a situação
de cada frigorífico que tenha contrato de financiamento com o banco.
Assim, cada empresário discutirá, na superintendência, em Salvador, com o
gerente de sua agência a solução viável, sendo possível também a
viabilização de novos créditos de curto e longo prazos, a exemplo da
linha de capital de giro para aquisição de estoque.
Para
operacionalizar as possíveis soluções, o superintendente do BNB vai
alinhar o assunto com os gerentes das agências envolvidas, no caso as de
Alagoinhas, Feira de Santana, Camaçari, Eunapólis, Barreiras, Teixeira
de Freitas e Santa Maria da Vitória.
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